Inteligência artificial está em todo lugar – e, por inteligência artificial, falo dos LLMs (large language models) de geração de imagens e textos. Não há muito como fugir.
Existe o lado bom: essas ferramentas de IA podem ser excelentes para tratar dados ou otimizar processos de produção e tarefas cotidianas. Na criação de imagens, poderiam ser ferramentas tão interessantes quanto nossa boa e velha computação gráfica.
Mas o uso que tem sido feito é um uso preguiçoso.
Você conhece o termo “AI Slop”?
“Slop” é um conteúdo de baixa qualidade. AI slop é um conteúdo de baixa qualidade gerado por inteligência artificial.
A internet está cheia desse tipo de conteúdo: raso, superficial, com erros factuais.
Há um temor de que a IA substitua profissionais de comunicação, marketing e outras áreas, mas o que realmente está acontecendo é uma transformação no modo como esses trabalhos são feitos. A IA pode automatizar tarefas repetitivas e acelerar processos, mas ainda exige supervisão humana para garantir qualidade, coerência e, principalmente, a veracidade das informações.
Estudos recentes, como o estudo da McKinsey, “The state of AI”, apontam o que a gente já sabia: que a IA generativa tem potencial para aumentar a produtividade, reduzindo o tempo gasto com tarefas operacionais. A Fast Company também publicou um artigo prevendo que a IA não irá simplesmente eliminar empregos, mas sim modificar funções e exigir novas habilidades dos profissionais.
How generative AI will supercharge productivity (fastcompany.com)
Claro, algumas funções podem ser substituídas. Se uma empresa decide usar IA em vez de contratar um redator ou designer, há dois cenários possíveis: ou o trabalho era tão mecânico e mal feito que qualquer ferramenta pode reproduzi-lo, ou a empresa estava disposta a pagar um valor tão baixo que, no fim das contas, o profissional também não seria devidamente valorizado.
A solução?
Desenvolver diferenciais criativos que as máquinas não conseguem replicar.
IA e criatividade: aliadas?
Muita gente teme que a IA “mate” a criatividade, mas ela pode ser uma grande aliada. No campo das artes, por exemplo, ferramentas como DALL-E já foram usadas para transformar sonhos dos visitantes do Museu Dalí em imagens artísticas.
https://adage.com/creativity/work/how-dali-museum-using-dall-e-transform-dreams-art/2455196
https://thedali.org/the-dalis-dream-tapestry
Tudo a ver.
Além disso, escritores e roteiristas utilizam IA para superar bloqueios criativos e estruturar ideias.
Porém, ainda há desafios.
Questões de propriedade intelectual seguem em debate, especialmente quando modelos de IA são treinados com obras de terceiros sem a devida autorização.
O futuro da IA na produção de conteúdo
Textos produzidos por IA seguem sendo, em muitos casos, genéricos ou problemáticos, não porque a tecnologia é limitada, mas porque muitos usuários não sabem explorá-la corretamente. Ainda é essencial apurar fontes, revisar resumos e eliminar clichês para que o resultado tenha qualidade.
As ferramentas de IA são úteis para organizar ideias, revisar textos, gerar conteúdo complementar e executar tarefas em escala. Mas, como qualquer tecnologia, seu valor depende de como é utilizada.
Portanto, a melhor estratégia não é temer a IA, mas aprender a usá-la com responsabilidade e criatividade.
Afinal, os robôs não vão substituir quem souber tirar o melhor deles.